Startup israelense de inteligência artificial contrata pessoas para serem “moldes” de modelos virtuais com tecnologia deep fake
Essa parece uma daquelas notícias de filme futurista. A agência Hour One usa inteligência artificial para produzir vídeos de marketing e educacionais para empresas do mundo todo. Ela contrata pessoas para “posarem” para o sistema que vai usar deep fake para criar modelos virtuais com base nesses indivíduos reais. A pessoa não precisa nem ser modelo profissional. Isso porque a empresa só precisa captar o rosto para criar os “personagens”, como a Hour One chama os modelos virtuais. O assunto foi destaque na renomada revista da MIT. Segundo o artigo, a empresa recruta pessoas para aparecerem como rostos de vídeos promocionais, comerciais ou vídeos corporativos internos. Ou seja, as pessoas emprestam seus rostos para esses personagens.


Como funciona? A única “atuação” envolvida é falar na frente de uma câmera 4K de alta resolução e fazer uma série de expressões faciais, com uma tela verde como pano de fundo. Os clientes simplesmente escolhem um rosto para ser seus “porta-vozes imediatos” e insere um script para que o personagem virtual repita o que está no roteiro. Com o software do Hour One, é capaz de criar uma quantidade virtualmente infinita de filmagens com o personagem. Logo, a pessoa só precisa “posar” uma única vez para a captação e depois o resto é com o deep fake. Vale mencionar que existem também várias opções de áudio que um cliente pode selecionar com base em seu orçamento e tempo. O serviço mais conveniente é uma configuração de conversão de texto em voz que lê o texto em vozes artificiais e combina o roteiro com movimentos da boca e expressões faciais, enquanto uma opção premium permite que os dubladores profissionais gravem o roteiro.


A Hour One disse ao MIT Technology Review que atualmente tem mais de 40 clientes nos setores de imóveis, entretenimento, saúde digital e comércio eletrônico, e cerca de 100 personagens, com novos rostos adicionados a cada semana.
“Temos uma fila de pessoas morrendo de vontade de se tornar esses personagens”, disse Natalie Monbiot, chefe de estratégia da empresa, à revista.
Embora qualquer pessoa possa se inscrever para ser modelo para a agência, existe um processo de seleção. A empresa está tentando recrutar diversos rostos representando todas as idades, gêneros e etnias; atualmente, cerca de 80% das personagens são de pessoas com menos de 50 anos, 70% são mulheres e um quarto delas são brancas. As implicações desta tecnologia são inúmeras: desde uma nova era de “freelancers digitais” e uma conveniência de controle para o cliente na criação de conteúdos como nunca antes visto.
Questões como o uso indevido e privacidade na forma destes conteúdos também pedem atenção. Neste ponto a agência disse que é bastante conservadora com os tipos de negócios que trabalham. Proibindo por exemplo o uso de personagens em cenas de sexo, política e jogos de azar. Será que veremos mais desta tecnologia no mercado?
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